segunda-feira, 17 de novembro de 2008

NÃO ESTÁS DEPRIMIDO, ESTÁS DISTRAÍDO


Não estás deprimido, estás distraído …Distraído em relação à vida que te preenche. Distraído em relação à vida que te rodeia. Golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios. Não caias como caiu teu irmão que sofre por um único ser humano, quando existem seis bilhões e quatrocentos milhões no mundo. Além de tudo, não é assim tão ruim viver só. Eu fico bem, decidindo a cada instante o que desejo fazer, e graças à solidão conheço-me… o que é fundamental para viver. Não faças o que fez teu pai, que se sente velho porque tem setenta anos, e esquece que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria sem igual aos noventa, para citar apenas dois casos conhecidos.
Não estás deprimido, estás distraído. Por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma. Além disso, a vida não te tira coisas: te liberta de coisas… alivia-te para que possas voar mais alto, para que alcances a plenitude. Do útero ao túmulo, vivemos numa escola; por isso, o que chamas de problemas são apenas lições.
Não perdeste coisa alguma: Aquele que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção. E não esqueças, que o melhor dele, o amor, continua vivo em teu coração.Não existe a morte... Apenas a mudança. E do outro lado te esperam pessoas maravilhosas: Gandhi, o Arcanjo Miguel, Whitman, São Agostinho, Madre Teresa, teu avô e minha mãe, que acreditava que a pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas demais, e nos machuca, porque nos torna desconfiados.Faz apenas o que amas e serás feliz. Aquele que faz o que ama, está benditamente condenado ao sucesso, que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural.
Não faças coisa alguma por obrigação ou por compromisso, apenas por amor. Então terás plenitude, e nessa plenitude tudo é possível sem esforço, porque és movido pela força natural da vida, a mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.Deus te tornou responsável por um ser humano, que és tu. Deves trazer felicidade e liberdade para ti mesmo. E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.Lembra-te: "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição.Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os teus vizinhos.Um único homem que não possuiu talento ou valor para viver, mandou matar seis milhões de judeus, seus irmãos.Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo. Podemos experimentar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, o futebol dos brasileiros, as Mil e Uma Noites, a Divina Comédia, Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman; a música de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven; as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.E se estás com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e ambas são positivas: se a doença ganha, te liberta do corpo que é cheio de processos (tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas)... Se tu vences, serás mais humilde, mais agradecido... portanto, facilmente feliz, livre do enorme peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente, como deve ser.
Não estás deprimido, estás desocupado.Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho. Ajuda os velhos e os jovens te ajudarão quando for tua vez. Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão.Dá sem medida, e receberás sem medida.Ama até que te tornes o ser amado; mais ainda converte-te no próprio Amor.E não te deixes enganar por alguns homicidas e suicidas.O bem é maioria, mas não se percebe porque é silenciosoUma bomba faz mais barulho que uma carícia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida. Vale a pena, não é mesmo?Se Deus possuísse uma geladeira, teria a tua foto pregada nela. Se ele possuísse uma carteira, tua foto estaria nela. Ele te envia flores a cada primavera. Ele te envia um amanhecer a cada manhã. Cada vez que desejas falar, Ele te escuta. Ele poderia viver em qualquer ponto do Universo, mas escolheu o teu coração.
Encara, amigo, Ele está louco por ti!




(Facundo Cabral - cantor e compositor argentino)
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

OS DEZ MANDAMENTOS


Os dez mandamentos, re­cebidos mediunicamente pelo profeta, brilham ainda hoje por alicerce de luz na edificação do direito, dentro da ordem social.
A palavra da Esfera Superior gravava a lei de causa e efeito para o homem, advertindo-o solenemente:
— Consagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, nEle reconhecendo a tua divina origem.
Precata-te contra os enganos do antropomorfismo, porque padronizar os atributos divinos absolutos pelos acanhados atri­butos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho.
Abstém-te de envolver o Julgamento Divino na estreiteza de teus julgamentos.
Recorda o impositivo da meditação em teu favor e em benefício daqueles que te atendem na esfera de trabalho, para que possas assimilar com segurança os valores da experiência.
Lembra-te de que a dívida para com teus pais terrestres é sempre insolvável por sua natureza sublime.
Responsabilizar-te-ás pelas vidas que deliberadamente extinguires.
Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento alheio, porque o cálculo delituoso emite ondas de força desorientada que voltarão sobre ti mesmo.
Evita a apropriação indébita para que não agraves as pró­prias dívidas.
Desterra de teus lábios toda palavra dolosa a fim de que se não transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.
Acautela-te contra a inveja e o despeito, a inconformação e o ciúme, aprendendo a conquistar alegria e tranqüilidade, ao preço do esforço próprio, porque os teus pensamentos te prece­dem os passos, plasmando-te, hoje, o caminho de amanhã.
(EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA DITADO PELO ESPÍRITO ANDRE LUIZ)
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Pensamento do dia:
"As mais eloqüentes e exatas testemunhas de um homem, perante o Pai Supremo, são as suas próprias obras." (Jesus)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

JESUS - MENSAGEM DE ESPERANÇA

....Profundamente apiedado das mazelas humanas, envolveu todas aquelas criaturas na ternura indimensional do Seu amor e começou a falar:
- Alegrai-vos na dor e não vos desespereis. Participais desde hoje do reino de Deus e os tempos continuarão a correr cantando músicas de júbilo em vossas almas, se perseverardes fiéis até o fim.

Todos os que vos buscaram antes prometiam quimeras e acenavam triunfos que o túmulo apaga, deixando em cinza ou lama os tecidos custosos e enferrujados, sem valor os tesouros da ficcção.

Marcham e passam sorridentes os dominadores da Terra, guindados a postos nos quais padecem a alucinação da loucura que os vence e preferem ignorar.

Prometem a Terra e são submetidos a ela, desaparencendo nos seus carros de ouro, sem deixarem saudade, porque são substituidos por outros títeres e por todos logo esquecidos.

Ameaçam e atemorizam os de corações simples, perseguem os fracos porque sofrem fraquezas que os desgraçam e se fazem acompanhar de outros famanazes, quais abutres reunidos, que, em última instância, irão devorar o mesmo cadáver em disputa infeliz.

-Quem desejar ser digno de mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.

Não temais aqueles que apenas matam os corpos e nada mais podem fazer. Eles também morrerão.

Temei, rspeitai aquele que depois da morte tem poder de restituir a vida, oferecendo paz e dor.

Se me amardes tomai a vossa cruz e renunciai às vãs utopias, vindo em seguida.
Construí a nova conduta do amor e da verdade.
Tudo pelo Pai é sabido, mesmo as coisas mais insignificantes Ele conhece. Tem contado os fios dos vossos cabelos.
Acautelai-vos da hipocresia que é a arma dos covardes.
Sede verdadeiros e mantende limpos os corações.
Aqueles que me confessarem diante dos homens, também eu os anunciarei a meu Pai.
Nada digais em segredo contra alguém, pois que seja dito em silêncio será apregoado aos brados.
Evitai manter duas condutas: a que os homens podem e aquela que não podem saber. Nada, pois, façais escondido, porquanto tudo se torna revelado e permanece conhecido.
A mentira é a medida do mentiroso como a presunção é a dimensão do ignorante.
Levantai a cabeça reta mas sede simples de alma e humilde de sentimento.
Engendrai a simpatia entre todos e fomentai a cordialidade. O homem isolacionista é espírito enfermo.
Manter cortesia com os que são corteses é retribuir a medida do que se recebe.
Meus seguidores apredem a ter alegria interior para os momentos difícieis e se acostumam ao prazer de servir em nome do amor. É nisto que reside a verdadeira união comigo.
Preservai-vos do fermento da malidicência. As más palavras, as palavras azedas, as palavras rudes corrompem o espírito e corroem a vida, turbando a consciência.
Sai da amargura e livrai-vos das suspeitas. Os espíritos imundos se comprazem na inspiração dos pensamentos vulgares e se nutrem dos conúbios deprimentes.
Em toda circunstância buscai a prece, e, vigiando, servi. Não procureis, porém, fazer tudo. Sede grandes nas tarefas insignificantes e tornai-vos pequenos nas grandes realizações - eis como provar a integridade no bem.
Aquele que me negar entre os homens, dele não me recordarei para aprensentá-lo no Reino.
Se vos ofenderem buscai conquistar o afensor; se vos enganarem ide ao encontro dos enganadores; se vos caluniarem marchai com amizade junto ao infamante. Fácil seria abandoná-los. Se assim o fizerdes não sereis dignos de mim. Não vim para os sãos, os bons, os felizes, mas para eles os desventurados e para vós, os que tendes sede de justiça e paz.
Quando tiveres de falar, diante de quem seja, não temais! Abri a boca: o Espírito Santo falará por vós.
Sedes fiéis!"
(Jesus Cristo)
Jesus e a Religião - Com Jesus, no entanto, a religião, como sistema educativo, alcança eminência imaginável.

Nem templos de pedras, nem rituais.

Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder humano.

O Mestre desaferrolha as arcas do conhecimento enobrecido e distrubui-lhe os tesouros, Dirigi-se aos homens simples de coração, curvados para a gleba do sofrimento e ergue-lhes a cabeça trêmula para o Céu. Aproxima-se de quantos desconhecem a sublimidade dos prósprios destinos e assopra-lhes a verdade, vazada em amor, para que o sol da esperança lhes renasça no ser. Abraça os deserdados e fala-lhes da Providência Infinita. Reune, em torno de sua glória que a humanidade escondia, os velhos e os doentes, os cansados e os tristes, os pobres e os oprimidos, as mães sofredoras e as crianças abandonadas e entrega-lhas as bem-aventuranças celestes. Ensida que a felicidade não pode nascer das posses efêmeras que se transferem de mão em mão, e sim da caridade e do entendimento, da modéstia e do trabalho,da tolerância e do perdão. Afirma-lhes que a Casa de Deus está constituida por muitas moradas. nos mundos que enxameiam o firmamento, e que o homem deve nascer de novo para progredir na direção da Sabedoria Divina. Proclama que a morte não existe e que a Criação é beleza e segurança, alegria e vitória em plena imortalidade.

Pelas revelações que vencem a superstição e o crime, a violência e a perversidade, paga na cruz o imposto de extremo sacrifício aos preconceitos humanos que não perdoam a soberana grandeza, mas, reaparecendo redivivo, para a mesma humanidade que o escanecera e crucificara, desvenda-lhe, em novo cântico de humildade, a excelsitude da vida eterna.

(Evolução em Dois Mundos - pelo espírito de André Luiz - psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira)

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Pensamento do dia:
"A cada um será dado de acordo com as suas obras." (Jesus)

sábado, 31 de maio de 2008

O QUE É ESPIRITISMO?



1. Conceito de Espiritismo
O termo Espiritismo foi criado por Allan Kardec pelas razões que ele mesmo aduz na Introdução de sua obra O Livro dos Espíritos:
Para designar coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza de linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista e espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo invisível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para aplicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja a forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas.
O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de sua relação com o mundo corporal.

Em o Evangelho segundo o Espiritismo, assinala, ainda, Kardec:
O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no0lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porem, ao contrario, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos ate hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstancias e daí vem muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio do qual tudo se explica de modo fácil.

2. Objeto do Espiritismo
Assim como a Ciência propriamente dita tem por objetivo o estudo das leis do principio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do principio espiritual. Ora, como este último princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente, a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é o que primeiro fere os sentidos, Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas cientificas, teria abortado, com tudo quanto surde antes do tempo.
Mais adiante, na mesma obra, acrescenta Kardec:
A Ciência moderna abandonou os quatro elementos primitivos dos antigos e, de observação, chegou à concepção de um só elemento gerador de todas as transformações da matéria; mas, a matéria, por si só, é inerte; carecendo de vida, de pensamento, de sentimento, precisa estar unida ai principio espiritual.
O Espiritismo não descobriu, nem inventou este princípio; mas, foi o primeiro a demonstrar-lhe, por provas inconcussas, a existência; estudou-o, analisou-o e tornou-lhe evidente a ação. Ao elemento material, juntou ele o principio espiritual. Elemento material e elemento espiritual, esses os dois princípios, as duas forças vivas da Natureza. Pela união indissolúvel deles, facilmente se explica uma multidão de fatos até então inexplicáveis.
O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo explicar com o auxilio apenas das leis da matéria.
Em suma, os (...) fatos ou fenômenos espíritas, isto é, produzidos por espíritos desencarnados, são a substancia mesmo da Ciência Espírita, cujo objeto é o estudo e conhecimento desses fenômenos, para fixação das leis que os regem. (...)

3. Pontos principais da Doutrina Espírita
Allan Kardec, na Introdução de O Livros dos Espíritos, item VI, trata dos pontos principais dos ensinos transmitidos pelos Espíritos Superiores. Ressalta, primeiramente, que (...) os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos ou Gênios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na terra. Eles compõem o mundo espiritual, como nós constituímos o mundo corporal durante a vida terrena.
Passa, em seguida, a resumir esses pontos principais:

Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, Criou o Universo que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos espíritos. O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo. O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais ter existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
Os espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade. Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos (...).
A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório. Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo principio vital; 2º a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º o laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nos no estado normal, porem que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.
O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.
Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Os espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus de hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito Errante.
Tendo o Espírito que passar muitas encarnações, segue-se que todos nos temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na terra, quer em outros mundos.
A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição. (...) Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo. Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem par ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal; é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influencia boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe nosso juízo discernir as boas das más inspirações. (...) Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação. (...) Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos Superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos.
Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade (...). A dos Espíritos inferiores, ao contrario, é inconseqüente, amiúde, trivial e ate grosseira.
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste principio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações. (...) ensinam [os Espíritos Superiores] (...) que, no mundo dos Espíritos, nada podendo ocultar, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra. Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.
Eis assim, os pontos principais da Doutrina Espírita, (...).

(Texto compilado das apostilas do livro do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa Fundamental – TOMO I – da Federação Espírita Brasileira, 2005).

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Pensamento do dia:
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre – tal é a lei. Fora da caridade não há salvação.”

segunda-feira, 26 de maio de 2008

PRÓDROMOS DA REENCARNAÇÃO


A existência humana não é ato acidental, mas manifestação da misericórdia e da justiça divina. O Espírito é um ser imortal criado simples e ignorante por Deus, porém submetido à lei do progresso. O trabalho desenvolvido nas inúmeras reencarnações lhe permite reparar erros cometidos pelo uso incorreto do livre-arbítrio e, ao mesmo tempo, evoluir pela aquisição de conhecimentos e virtudes.
Antes da concepção biológica – momento em que o óvulo (célula reprodutora feminina) é fecundado pelo espermatozóide (célula reprodutora masculina) -, o Espírito reencarnante estabelece ligações fluídicas com os futuros genitores, em especial com sua mãe, por meio de “[...] um laço fluídico, que mais não é que uma extensão do seu perispírito [...]”. À medida que essa ligação se intensifica, diminuem os pontos de contato do Espírito com o plano espiritual, condição necessária às modificações plásticas que ocorrerão no perispírito, principalmente as de redução.
A resposta transmitida pelos Espíritos superiores à questão 344 de O livro dos Espíritos – “Em que momento a alma se une ao corpo?” – especifica o exato momento em que começa a união do espírito à matéria, no processo reencarnatório:
A união começa na concepção, mas só é completa pela ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. [...]
André Luiz informa que a partir daí, da concepção, acelera-se o processo de redução perispiritual e de liberação de elementos absorvidos pelo espírito no plano espiritual.
Nesta situação, o perispírito do reencarnante é amplamente magnetizado por espíritos especialistas, denominados “construtores”, e por outros benfeitores, os quais, simultaneamente, induzem o futuro reencarnado a criar imagens mentais relativas à organização fetal e a vida no ventre materno. Este tipo de visualização ideoplástica fornece o trabalho de redução perispiritual, organização e desenvolvimento embrionário-fetal.
Durante a concepção – caracterizada pela função dos núcleos das duas células reprodutoras -, forma-se uma célula diferenciada denominada zigoto ou ovo fertilizado, que irá se desenvolver até o estágio de embrião e feto, respectivamente, no espaço de tempo conhecido como período de gestação. A despeito do afluxo de inúmeros espermatozóides posicionados ao redor do óvulo, apenas um irá fecundá-lo.
O sexo do ser em vias de formação é definido neste momento. No período de 24 e 48 horas surge, então, o embrião, propriamente chamado blastocisto, em razão da sucessiva divisão e diferenciação celular ocorrida no zigoto. Imediatamente após a fecundação, antes do início da divisão celular, o zigoto é envolvido por uma coroa protetora de células, que fornece os elementos nutritivos necessários ao seu desenvolvimento: íons minerálicos, proteínas e aporte de oxigênio, entre outros.
O processo de fecundação, estruturação do zigoto e do blastócito acontece em uma das trompas de Falópio, estrutura biológica situada entre o ovário e o útero. O blastocisto presente na trompa possui células-tronco totipotentes, capazes de originar os 216 tecidos existentes no corpo humano, a placenta e os anexos embrionários. A utilização de tais células para fins de pesquisa cientifica, tato as totipotentes quando as pluripotentes, provoca morte do embrião, daí ser considerada prática abortiva pelo Espiritismo.
As leis da hereditariedade biológica são definidas durante a fecundação. Funcionam com admirável precisão, uma vez que estão submetidas aos critérios do automatismo biológico, firmemente estabelecido nas sucessivas passagens do princípio inteligente pelos reinos inferiores da Natureza. A reação em cadeia, iniciada na fecundação do óvulo e concretizada na formação de um novo corpo físico, é desencadeada pela ação mental do Espírito reencarnante, com o auxílio especifico da genitora e dos Espíritos construtores.
Esclarece André Luiz:

[...] A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem a leis físicas naturais, qual o ocorre a organização de formas em outros reinos da Natureza, mas, em todos esses fenômenos, os ascendentes de cooperação espiritual coexistem com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate.

As ligações espirituais dos filhos com os pais, entretanto, são de outra ordem, têm como base os princípios que envolvem a organização da parentela espiritual.
Devemos considerar que todas essas informações refletem mecanismos biológicos e espirituais simples, ainda que revelem a beleza e a sabedoria da criação divina. Trata-se de processos reencarnatórios comuns, corriqueiros, destinados a Espíritos de mediana evolução, cujos detalhamentos estão exemplarmente ilustrados na reencarnação de Segismundo, relatada na obra Missionários da Luz, de André Luiz, psicografada de Francisco Cândido Xavier.
Importa destacar, também, que o Espírito que já atingiu certo patamar evolutivo torna-se merecedor de benefícios espirituais avançados, quando do seu retorno ao plano físico. Não se trata de regalias, aleatoriamente concedidas, mas de méritos conquistados pelo Espírito no seu esforço de ascensão. Dessa forma, as leis biológicas, em geral, e a herança genética, em especial, são maleáveis à ação de Entidades esclarecidas, que analisam cuidadosamente os fins e os objetivos da reencarnação desses Espíritos. Eis o que André Luiz transmite a respeito da lei de hereditariedade fisiológica:

- Funciona com inalienável domínio sobre todos os seres em evolução, mas sofre, naturalmente, a influência de todos aqueles que alcançaram qualidades superiores ao ambiente geral. Além do mais, quando o interessado em experiências novas no plano da Crosta é merecedor de serviços “intercessórios”, as forças mais elevadas podem imprimir certas modificações à matéria, desde as atividades embrionárias, determinando alterações favoráveis ao trabalho de redenção.

Nessas condições, “os Espíritos categoricamente superiores, quase sempre, em ligação sutil com a mente materna que lhes oferta guarida, podem plasmar por si mesmos e, não raro, com a colaboração de instrutores da Vida Maior, o corpo em que continuarão as futuras experiências, interferindo nas essências cromossômicas, com vistas às tarefas que lhes cabem desempenhar”.
Durante a gravidez, mãe e filho devem ser envolvidos em clima de afeto e de segurança, pois os laços que prendem o reencarnante ao corpo “[...] são ainda muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do Espírito, se este recua diante da prova que escolheu. [...]”. Neste sentido, a Casa Espírita pode, e deve, colaborar com os Orientadores da Vida Maior, disponibilizando à gestante e ao reencarnante assistência espiritual, com as benéficas vibrações da prece e do passe.

(Fonte: Matéria da revista de Espiritismo Cristão Reformador – maio de 2008 – n 2.150, por Marta Antunes Moura, p.26).

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Pensamento do Dia:
“A verdadeira natureza do ser humano é espiritual, de onde provém e para onde se destina.”

quarta-feira, 14 de maio de 2008

AMOR SEMPRE



O amor é fonte permanente de vida. É a força nutridora da natureza. Não há sentimento da criatura humana que supere o ato de amar. É o sentimento limite, acima do qual o ser torna-se puro espírito.
Sempre o amor. Ame. Ame sempre, independente do que, de quem em que momento. Sempre, e para sempre, coloque o amor em seu horizonte evolutivo.
O amor não se obriga a reciprocidade. Esta obrigação é a falta dele em si próprio. O amor é o estado de espírito que transforma a criatura fazendo-a sentir enlevo, paz e harmonia. Tudo na natureza expressa o amor. Ele a tudo vivifica e possibilita a existência. Está na alma da matéria e na intimidade do espírito.
A energia em todas as suas modalidades é expressão do Amor, desde a força bruta da natureza à sutilidade e extrema delicadeza perispiritual.
É possível encontra-lo, qualquer que seja o motivo, a razão, o objeto, o fato, o sistema, a situação, presente na natureza.
Procure-o, ele estará mais próximo de você se sua busca for paciente e determinada.
Ele está na percepção, no sentimento, na razão e na intuição, como em todas as faculdades humanas.
Há palavras que têm o dom de expressar emoções e idéias diversas. Cada pessoa, cada cultura e em cada época, dará sentido diferente à palavra. Os atos mais bárbaros já foram, pelos seus autores, categorizados como atos de amor. O amor surge pela forma de expressa-lo e pelas conseqüências que gera e não apenas pela classificação que lhe atribuímos.
O Amor é o alimento do espírito, é o sustento do ser, é sua estrutura mais íntima. È a matéria de que se constitui o espírito.
Descobri-se um ser que é amor, que respira amor, constitui-se no próprio objetivo de se viver.
O amor não é exclusivo e, sempre que dirigido exclusivamente a uma única pessoa, anula seu agente. Quem ama a um só, ainda não descobriu o valor do amor como instrumento de crescimento coletivo. Quem ama apenas uma determinada pessoa, não ama efetivamente, apenas deseja, necessita, depende.
O amor se tornará real quando nos dispusermos a pô-lo em prática na relação em família e na sociedade. É principalmente na família onde nos mostramos por inteiro. Onde o amor pode se manifestar verdadeiro.
Através do trabalho o amor se torna objetivo e concreto. Só há uma realidade: o amor.
Todo ato, todo fenômeno, tudo que se realiza, tudo que existe é amor.
Em qualquer dimensão só existe o amor.
O amor não tem idade. Surge a qualquer época e é mais sólido quando ocorre na maturidade psicológica. Necessidades satisfeitas, mais fácil se torna o encontro do amor.
Quem ama liberta, permitindo a felicidade do outro e dos outros.
Todos procuram e querem um amor. Estão em busca do amor de sua vida. Quando esse alguém lhe surge, parece tocar algo em essência profunda do ser. Algo vibra diferente. Entregar-se a esse amor de forma inconseqüente, é sofrimento e desilusão. Cautela e equilíbrio são fundamentais nesses momentos. O verdadeiro amor é suave e sutil. Quando ele surge, nos coloca com disposição de viver e amar a vida, a natureza, a humanidade.
As leis estabelecidas pelas ciências são expressões e códigos de amor. As explicações causais são tentativas de nos fazer compreender superficialmente o amor. O ser humano, no seu estágio atual de evolução, ainda necessita da lógica da ciência para a compreensão do amor.
O sentimento é o olhar para a percepção do amor. A razão é a visão para compreendê-lo.
O amor é um fogo sagrado, uma chama intensa que constitui e impulsiona o ser.
A vibração do amor altera o psiquismo humano. O inconsciente se abre de forma harmônica em busca de realização.
A dor pode ou não propiciar sofrimento. O amor, porém, compreende a dor e o sofrimento como formas de crescimento.
O ser é naturalmente constituído e fadado ao amor.
Não se pode pensar que o amor é apenas um sentimento, nem tampouco simples produto da lógica ou da intuição, nem que nasce dos instintos. Mas é o amor que faz surgir no ser humano as sensações, os instintos, os sentimentos, os pensamentos e a intuição.
Se você não tem um amor, lembre-se daqueles que vivem sem ele. Dos que passam pela vida sem a ventura de procurá-lo e muito menos de encontrá-lo.
O amor se torna maior quanto mais pessoas amamos. Enumere quantas pessoas você ama. Caso você consiga, ainda estará faltando alguém.
O amor à família, o amor à pátria, o amor a um clube, o amor a uma seita, o amor a um segmento partidário, se equivalem quando provocam a divisão entre pessoas. A exclusividade no amor sempre separa.
O ato de amar alguém proporciona a cura de um e de outro, quando não há posse. Amor e caridade se completam quando juntos trazem felicidade a outrem.


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JESUS É O AMOR QUE SEMPRE DEVEMOS CULTIVAR EM NOSSOS CORAÇÕES.

(Texto tirado do cap. 26, pág. 115 do livro “Amor Sempre” de Adenáuer Novas)

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Pensamento do dia:

“A verdadeira natureza do ser humano é espiritual, de onde provém e para onde se destina”.

sábado, 26 de abril de 2008

LEI DE CASUALIDADE - O CARMA


“- Grande Benfeitor - exclamei, comovido, buscando olvidar meus próprios sentimentos -, poderemos ouvi-lo, de algum modo, acerca do “carma”?
Sânzio retomou a posição que lhe era habitual, junto ao espelho cristalino, e obtemperou:
- Sim, o “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito que dizer “ação”, a rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos que, em particular, nos digam respeito. Por isso mesmo, há conta dessa natureza, mão apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições.
O Ministro fez uma pausa, como quem dava a perceber que o assunto era complexo, e continuou:
- Para melhor entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar que o Governo da vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se expressar no mecanismo de justiça inalienável. Se no círculo das atividades terrenas qualquer organização precisa estabelecer um regime de contas para basear as tarefas que lhe falem à responsabilidade, a Casa de Deus, que é todo o Universo, não viveria igualmente sem ordem. A Administração Divina, por isso mesmo, dispõe de vários departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a vida Cósmica, tudo pautando sob magnanimidade do mais amplo amor e da mais criteriosa justiça. Nas sublimadas regiões celestes de cada orbe entregue à inteligência e a razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno; e, nas regiões atormentadas como esta, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça, poderes que tem a função de purificar os caminhos evolutivos e circunscrever as manifestações do mal. As regiões na terra, por esse motivo, procederam acertadamente, localizando o Céu nas esferas superiores e situando o Inferno nas zonas inferiores, porquanto, nas primeiras, encontramos a crescente glorificação do Universo, e nas segundas, a purgação e a regeneração indispensáveis à vida, para que a vida se acrisole e se eleve ao fulgor dos cimos.
Ante o intervalo espontâneo e reparando que o Ministro se propunha manter contacto, através da conversação, aduzi, com interesse:
- Comove saber que sendo a Providência Divina a Magnanimidade Perfeita, sem limites gerando tesouros de amor para distribuí-los com abundância, em favor de todas as criaturas, é também Eqüidade Vigilante, na direção e na aplicação dos bens universais.
-Efetivamente, não poderia ser de outro modo – ajuntou Sânzio, bondoso – Em assuntos de lei de causa e efeito, é imperioso não olvidar que todos os valores da vida, desde as mais remotas constelações à mais mínimas partículas subatômicas, pertencem a Deus, cujos inabordáveis desígnios podem alterar e renovar, anular ou reconstruir tudo o que está feito. Assim, pois, somos simples usufrutuários da Natureza que consubstancia os tesouros do Senhor, com responsabilidade em todos os nossos atos, desde que já possuamos algum discernimento. O Espírito, seja onde for, encarnado ou desencarnado, na terra ou noutros mundos, gasta, em verdade, o que lhe não pertence, recebendo por empréstimos do Eterno Pai os recursos de que se vale para efetuar a própria sublimação no conhecimento e na virtude. Patrimônio materiais e riquezas da inteligência, processos e veículos de manifestação, tempo e forma, afeições e rótulos honoríficos de qualquer procedência são de propriedade do Todo-Poderoso, que no-los concede a título precário, a fim de que venhamos a utilizá-los no aprimoramento de nós mesmos, marchando nas largas linhas da experiência, de modo a entrarmos na posse definitiva dos valores eternos, sintetizados no Amor e na Sabedoria com que, em futuro remoto, Lhe retrataremos a Glória Soberana. Desde o elétron aos gigantes astronômicos da Tela Cósmica, tudo constitui reservas de energias de Deus, que usamos, em nosso proveito, por permissão dEle, de sorte a promovermos, com firmeza, nossa própria elevação a Sua Majestade Sublime. Dessa maneira, é fácil perceber que, após conquistarmos a coroa da razão, de tudo se pedirá contas no momento oportuno, mesmo porque não há progresso sem justiça na aferição de valores.”

(Instrução do personagem Ministro Sânzio, pg. 87. do livro “Ação e Reação” – Francisco Cândido Xavier / ditado pelo espírito André Luiz).

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Pensamento do dia:

“Um aprendiz chegando perto de um pastor de ovelhas, perguntou:”

“- Se uma ovelha cair na fossa, o que você fará?”

“O pastor respondeu: - Eu a tiro e carrego.”

“- Mas, e se a ovelha se machucar, se estiver ferida? – tornou o aprendiz.”

“- Eu a curo, e mesmo se estiver sangrando eu a carrego – retrucou o pastor.”

“O aprendiz pensou demoradamente e indagou, por fim:”

“- Mas, e se a ovelha fugir para muito longe, léguas e léguas?”

“O pastor, zeloso e experimentado, fitando o grande rebanho que pastava no vale, respondeu: - Eu não posso ir atrás, porque eu não posso deixar todo o rebanho por causa de uma rebelde....Eu mando o cão buscá-la...”

Coroando os preciosos apontamentos da tarde, Chico arremata:

“ A mesma coisa é o Cristo diante de nós, quando nos afastamos do caminho certo, léguas e léguas. Ele não vai atrás, manda o cão, que é o sofrimento....”

(Estória contada pelo médium Francisco Cândido Xavier, nos culto do evangelho e assistência, realizado no sábado, 11 de setembro de 1982, à sombra do abacateiro - Uberaba - MG, - Pg. 55 do livro “Chico Xavier, à sombra do Abacateiro” - Carlos Antônio Bacelli – 1983).

quarta-feira, 23 de abril de 2008

HOJE É DIA DO LIVRO!


O livro espírita

Cada livro edificante é porta libertadora.
O livro espírita, entretanto, emancipa a alma, nos fundamentos da vida.

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O livro científico livra da incultura; o livro espírita livra da crueldade, para que os louros intelectuais não se desregrem na delinqüência.
O livro filosófico livra do preconceito; o livro espírita livra da divagação delirante, a fim de que a elucidação não se converta em palavras inúteis.
O livro piedoso livra do desespero; o livro espírita livra da superstição, para que a fé não se abastarde em fanatismo.
O livro jurídico livra da injustiça; o livro espírita livra da parcialidade, a fim de que o Direito não se faça instrumento de opressão.
O livro técnico livra da isispiência; o livro espírita livra da vaidade, para que a especialização não seja manejada em prejuízo de outros.
O livro de agricultura livra do primitivismo; o livro espírita livra da ambição desvairada, a fim de que o trabalho de gleba não se envileça.
O livro de regras sociais livra da rudeza de trato; o livro espírita livra da irresponsabilidade que, muitas vezes, transfigura o lar em atormentado reduto de sofrimento.
O livro de consolo livra da aflição; o livro espírita livra do êxtase inerte, para que o reconforto não se acomode em preguiça.
o livro de informações livra do atraso; o livro espírita livra do tempo perdido, afim de que a hora vazia não nos arraste à queda em dívidas escabrosas.

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Amparemos o livro respeitável, que é luz de hoje; no entanto, auxiliemos e divulguemos, quanto nos seja possível, o livro espírita, que é luz de hoje, amanhã e sempre.
O livro nobre livra da ignorância, mas o livro espírita livra da ignorância e livra do mal.

EMMANUEL

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Pensamento do dia:

"Fora o cachorro, o livro é o maior amigo do homem".

terça-feira, 15 de abril de 2008

BEM E MAL


O bem propõe.
O mal impõe.

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O bem é luz.
O mal é treva.

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O bem é saúde.
O mal é enfermidade.

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O bem é esperança.
O mal é punição.

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O bem produz.
O mal destrói.

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O bem ama.
O mal odeia.

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O bem facilita.
O mal dificulta.

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O bem inspira.
O mal conspira.

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O bem ampara.
O mal expulsa.

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O bem vive.
O mal passa.

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O bem é vida e a vida permanece.
O mal é a morte e, assim sendo, passa, porquanto o mal resulta da ausência do bem, que ainda não logrou domar o instinto nem santificar a razão.
O mal, portanto, maior, é sempre para quem o faz, por torná-lo mau.
O bem, que é de Deus, também é sempre melhor para quem o faz, portanto liberta e alça quem o pratica à vida sem fim, sem limite.

Marco Prisco

(texto copiado do livro "Sementes de vida eterna por diversos espíritos" - Divaldo P. Franco - 1978).

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Pensamento do dia:

"O que queremos ao outro é o que recebemos da vida".