sábado, 31 de maio de 2008

O QUE É ESPIRITISMO?



1. Conceito de Espiritismo
O termo Espiritismo foi criado por Allan Kardec pelas razões que ele mesmo aduz na Introdução de sua obra O Livro dos Espíritos:
Para designar coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza de linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista e espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo invisível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para aplicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja a forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas.
O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de sua relação com o mundo corporal.

Em o Evangelho segundo o Espiritismo, assinala, ainda, Kardec:
O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no0lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porem, ao contrario, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos ate hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstancias e daí vem muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio do qual tudo se explica de modo fácil.

2. Objeto do Espiritismo
Assim como a Ciência propriamente dita tem por objetivo o estudo das leis do principio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do principio espiritual. Ora, como este último princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente, a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é o que primeiro fere os sentidos, Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas cientificas, teria abortado, com tudo quanto surde antes do tempo.
Mais adiante, na mesma obra, acrescenta Kardec:
A Ciência moderna abandonou os quatro elementos primitivos dos antigos e, de observação, chegou à concepção de um só elemento gerador de todas as transformações da matéria; mas, a matéria, por si só, é inerte; carecendo de vida, de pensamento, de sentimento, precisa estar unida ai principio espiritual.
O Espiritismo não descobriu, nem inventou este princípio; mas, foi o primeiro a demonstrar-lhe, por provas inconcussas, a existência; estudou-o, analisou-o e tornou-lhe evidente a ação. Ao elemento material, juntou ele o principio espiritual. Elemento material e elemento espiritual, esses os dois princípios, as duas forças vivas da Natureza. Pela união indissolúvel deles, facilmente se explica uma multidão de fatos até então inexplicáveis.
O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo explicar com o auxilio apenas das leis da matéria.
Em suma, os (...) fatos ou fenômenos espíritas, isto é, produzidos por espíritos desencarnados, são a substancia mesmo da Ciência Espírita, cujo objeto é o estudo e conhecimento desses fenômenos, para fixação das leis que os regem. (...)

3. Pontos principais da Doutrina Espírita
Allan Kardec, na Introdução de O Livros dos Espíritos, item VI, trata dos pontos principais dos ensinos transmitidos pelos Espíritos Superiores. Ressalta, primeiramente, que (...) os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos ou Gênios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na terra. Eles compõem o mundo espiritual, como nós constituímos o mundo corporal durante a vida terrena.
Passa, em seguida, a resumir esses pontos principais:

Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, Criou o Universo que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos espíritos. O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo. O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais ter existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
Os espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade. Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos (...).
A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório. Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo principio vital; 2º a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º o laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nos no estado normal, porem que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.
O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.
Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Os espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus de hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito Errante.
Tendo o Espírito que passar muitas encarnações, segue-se que todos nos temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na terra, quer em outros mundos.
A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição. (...) Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo. Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem par ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal; é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influencia boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe nosso juízo discernir as boas das más inspirações. (...) Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação. (...) Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos Superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos.
Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade (...). A dos Espíritos inferiores, ao contrario, é inconseqüente, amiúde, trivial e ate grosseira.
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste principio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações. (...) ensinam [os Espíritos Superiores] (...) que, no mundo dos Espíritos, nada podendo ocultar, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra. Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.
Eis assim, os pontos principais da Doutrina Espírita, (...).

(Texto compilado das apostilas do livro do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa Fundamental – TOMO I – da Federação Espírita Brasileira, 2005).

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Pensamento do dia:
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre – tal é a lei. Fora da caridade não há salvação.”

segunda-feira, 26 de maio de 2008

PRÓDROMOS DA REENCARNAÇÃO


A existência humana não é ato acidental, mas manifestação da misericórdia e da justiça divina. O Espírito é um ser imortal criado simples e ignorante por Deus, porém submetido à lei do progresso. O trabalho desenvolvido nas inúmeras reencarnações lhe permite reparar erros cometidos pelo uso incorreto do livre-arbítrio e, ao mesmo tempo, evoluir pela aquisição de conhecimentos e virtudes.
Antes da concepção biológica – momento em que o óvulo (célula reprodutora feminina) é fecundado pelo espermatozóide (célula reprodutora masculina) -, o Espírito reencarnante estabelece ligações fluídicas com os futuros genitores, em especial com sua mãe, por meio de “[...] um laço fluídico, que mais não é que uma extensão do seu perispírito [...]”. À medida que essa ligação se intensifica, diminuem os pontos de contato do Espírito com o plano espiritual, condição necessária às modificações plásticas que ocorrerão no perispírito, principalmente as de redução.
A resposta transmitida pelos Espíritos superiores à questão 344 de O livro dos Espíritos – “Em que momento a alma se une ao corpo?” – especifica o exato momento em que começa a união do espírito à matéria, no processo reencarnatório:
A união começa na concepção, mas só é completa pela ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. [...]
André Luiz informa que a partir daí, da concepção, acelera-se o processo de redução perispiritual e de liberação de elementos absorvidos pelo espírito no plano espiritual.
Nesta situação, o perispírito do reencarnante é amplamente magnetizado por espíritos especialistas, denominados “construtores”, e por outros benfeitores, os quais, simultaneamente, induzem o futuro reencarnado a criar imagens mentais relativas à organização fetal e a vida no ventre materno. Este tipo de visualização ideoplástica fornece o trabalho de redução perispiritual, organização e desenvolvimento embrionário-fetal.
Durante a concepção – caracterizada pela função dos núcleos das duas células reprodutoras -, forma-se uma célula diferenciada denominada zigoto ou ovo fertilizado, que irá se desenvolver até o estágio de embrião e feto, respectivamente, no espaço de tempo conhecido como período de gestação. A despeito do afluxo de inúmeros espermatozóides posicionados ao redor do óvulo, apenas um irá fecundá-lo.
O sexo do ser em vias de formação é definido neste momento. No período de 24 e 48 horas surge, então, o embrião, propriamente chamado blastocisto, em razão da sucessiva divisão e diferenciação celular ocorrida no zigoto. Imediatamente após a fecundação, antes do início da divisão celular, o zigoto é envolvido por uma coroa protetora de células, que fornece os elementos nutritivos necessários ao seu desenvolvimento: íons minerálicos, proteínas e aporte de oxigênio, entre outros.
O processo de fecundação, estruturação do zigoto e do blastócito acontece em uma das trompas de Falópio, estrutura biológica situada entre o ovário e o útero. O blastocisto presente na trompa possui células-tronco totipotentes, capazes de originar os 216 tecidos existentes no corpo humano, a placenta e os anexos embrionários. A utilização de tais células para fins de pesquisa cientifica, tato as totipotentes quando as pluripotentes, provoca morte do embrião, daí ser considerada prática abortiva pelo Espiritismo.
As leis da hereditariedade biológica são definidas durante a fecundação. Funcionam com admirável precisão, uma vez que estão submetidas aos critérios do automatismo biológico, firmemente estabelecido nas sucessivas passagens do princípio inteligente pelos reinos inferiores da Natureza. A reação em cadeia, iniciada na fecundação do óvulo e concretizada na formação de um novo corpo físico, é desencadeada pela ação mental do Espírito reencarnante, com o auxílio especifico da genitora e dos Espíritos construtores.
Esclarece André Luiz:

[...] A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem a leis físicas naturais, qual o ocorre a organização de formas em outros reinos da Natureza, mas, em todos esses fenômenos, os ascendentes de cooperação espiritual coexistem com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate.

As ligações espirituais dos filhos com os pais, entretanto, são de outra ordem, têm como base os princípios que envolvem a organização da parentela espiritual.
Devemos considerar que todas essas informações refletem mecanismos biológicos e espirituais simples, ainda que revelem a beleza e a sabedoria da criação divina. Trata-se de processos reencarnatórios comuns, corriqueiros, destinados a Espíritos de mediana evolução, cujos detalhamentos estão exemplarmente ilustrados na reencarnação de Segismundo, relatada na obra Missionários da Luz, de André Luiz, psicografada de Francisco Cândido Xavier.
Importa destacar, também, que o Espírito que já atingiu certo patamar evolutivo torna-se merecedor de benefícios espirituais avançados, quando do seu retorno ao plano físico. Não se trata de regalias, aleatoriamente concedidas, mas de méritos conquistados pelo Espírito no seu esforço de ascensão. Dessa forma, as leis biológicas, em geral, e a herança genética, em especial, são maleáveis à ação de Entidades esclarecidas, que analisam cuidadosamente os fins e os objetivos da reencarnação desses Espíritos. Eis o que André Luiz transmite a respeito da lei de hereditariedade fisiológica:

- Funciona com inalienável domínio sobre todos os seres em evolução, mas sofre, naturalmente, a influência de todos aqueles que alcançaram qualidades superiores ao ambiente geral. Além do mais, quando o interessado em experiências novas no plano da Crosta é merecedor de serviços “intercessórios”, as forças mais elevadas podem imprimir certas modificações à matéria, desde as atividades embrionárias, determinando alterações favoráveis ao trabalho de redenção.

Nessas condições, “os Espíritos categoricamente superiores, quase sempre, em ligação sutil com a mente materna que lhes oferta guarida, podem plasmar por si mesmos e, não raro, com a colaboração de instrutores da Vida Maior, o corpo em que continuarão as futuras experiências, interferindo nas essências cromossômicas, com vistas às tarefas que lhes cabem desempenhar”.
Durante a gravidez, mãe e filho devem ser envolvidos em clima de afeto e de segurança, pois os laços que prendem o reencarnante ao corpo “[...] são ainda muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do Espírito, se este recua diante da prova que escolheu. [...]”. Neste sentido, a Casa Espírita pode, e deve, colaborar com os Orientadores da Vida Maior, disponibilizando à gestante e ao reencarnante assistência espiritual, com as benéficas vibrações da prece e do passe.

(Fonte: Matéria da revista de Espiritismo Cristão Reformador – maio de 2008 – n 2.150, por Marta Antunes Moura, p.26).

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Pensamento do Dia:
“A verdadeira natureza do ser humano é espiritual, de onde provém e para onde se destina.”

quarta-feira, 14 de maio de 2008

AMOR SEMPRE



O amor é fonte permanente de vida. É a força nutridora da natureza. Não há sentimento da criatura humana que supere o ato de amar. É o sentimento limite, acima do qual o ser torna-se puro espírito.
Sempre o amor. Ame. Ame sempre, independente do que, de quem em que momento. Sempre, e para sempre, coloque o amor em seu horizonte evolutivo.
O amor não se obriga a reciprocidade. Esta obrigação é a falta dele em si próprio. O amor é o estado de espírito que transforma a criatura fazendo-a sentir enlevo, paz e harmonia. Tudo na natureza expressa o amor. Ele a tudo vivifica e possibilita a existência. Está na alma da matéria e na intimidade do espírito.
A energia em todas as suas modalidades é expressão do Amor, desde a força bruta da natureza à sutilidade e extrema delicadeza perispiritual.
É possível encontra-lo, qualquer que seja o motivo, a razão, o objeto, o fato, o sistema, a situação, presente na natureza.
Procure-o, ele estará mais próximo de você se sua busca for paciente e determinada.
Ele está na percepção, no sentimento, na razão e na intuição, como em todas as faculdades humanas.
Há palavras que têm o dom de expressar emoções e idéias diversas. Cada pessoa, cada cultura e em cada época, dará sentido diferente à palavra. Os atos mais bárbaros já foram, pelos seus autores, categorizados como atos de amor. O amor surge pela forma de expressa-lo e pelas conseqüências que gera e não apenas pela classificação que lhe atribuímos.
O Amor é o alimento do espírito, é o sustento do ser, é sua estrutura mais íntima. È a matéria de que se constitui o espírito.
Descobri-se um ser que é amor, que respira amor, constitui-se no próprio objetivo de se viver.
O amor não é exclusivo e, sempre que dirigido exclusivamente a uma única pessoa, anula seu agente. Quem ama a um só, ainda não descobriu o valor do amor como instrumento de crescimento coletivo. Quem ama apenas uma determinada pessoa, não ama efetivamente, apenas deseja, necessita, depende.
O amor se tornará real quando nos dispusermos a pô-lo em prática na relação em família e na sociedade. É principalmente na família onde nos mostramos por inteiro. Onde o amor pode se manifestar verdadeiro.
Através do trabalho o amor se torna objetivo e concreto. Só há uma realidade: o amor.
Todo ato, todo fenômeno, tudo que se realiza, tudo que existe é amor.
Em qualquer dimensão só existe o amor.
O amor não tem idade. Surge a qualquer época e é mais sólido quando ocorre na maturidade psicológica. Necessidades satisfeitas, mais fácil se torna o encontro do amor.
Quem ama liberta, permitindo a felicidade do outro e dos outros.
Todos procuram e querem um amor. Estão em busca do amor de sua vida. Quando esse alguém lhe surge, parece tocar algo em essência profunda do ser. Algo vibra diferente. Entregar-se a esse amor de forma inconseqüente, é sofrimento e desilusão. Cautela e equilíbrio são fundamentais nesses momentos. O verdadeiro amor é suave e sutil. Quando ele surge, nos coloca com disposição de viver e amar a vida, a natureza, a humanidade.
As leis estabelecidas pelas ciências são expressões e códigos de amor. As explicações causais são tentativas de nos fazer compreender superficialmente o amor. O ser humano, no seu estágio atual de evolução, ainda necessita da lógica da ciência para a compreensão do amor.
O sentimento é o olhar para a percepção do amor. A razão é a visão para compreendê-lo.
O amor é um fogo sagrado, uma chama intensa que constitui e impulsiona o ser.
A vibração do amor altera o psiquismo humano. O inconsciente se abre de forma harmônica em busca de realização.
A dor pode ou não propiciar sofrimento. O amor, porém, compreende a dor e o sofrimento como formas de crescimento.
O ser é naturalmente constituído e fadado ao amor.
Não se pode pensar que o amor é apenas um sentimento, nem tampouco simples produto da lógica ou da intuição, nem que nasce dos instintos. Mas é o amor que faz surgir no ser humano as sensações, os instintos, os sentimentos, os pensamentos e a intuição.
Se você não tem um amor, lembre-se daqueles que vivem sem ele. Dos que passam pela vida sem a ventura de procurá-lo e muito menos de encontrá-lo.
O amor se torna maior quanto mais pessoas amamos. Enumere quantas pessoas você ama. Caso você consiga, ainda estará faltando alguém.
O amor à família, o amor à pátria, o amor a um clube, o amor a uma seita, o amor a um segmento partidário, se equivalem quando provocam a divisão entre pessoas. A exclusividade no amor sempre separa.
O ato de amar alguém proporciona a cura de um e de outro, quando não há posse. Amor e caridade se completam quando juntos trazem felicidade a outrem.


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JESUS É O AMOR QUE SEMPRE DEVEMOS CULTIVAR EM NOSSOS CORAÇÕES.

(Texto tirado do cap. 26, pág. 115 do livro “Amor Sempre” de Adenáuer Novas)

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Pensamento do dia:

“A verdadeira natureza do ser humano é espiritual, de onde provém e para onde se destina”.