segunda-feira, 26 de maio de 2008

PRÓDROMOS DA REENCARNAÇÃO


A existência humana não é ato acidental, mas manifestação da misericórdia e da justiça divina. O Espírito é um ser imortal criado simples e ignorante por Deus, porém submetido à lei do progresso. O trabalho desenvolvido nas inúmeras reencarnações lhe permite reparar erros cometidos pelo uso incorreto do livre-arbítrio e, ao mesmo tempo, evoluir pela aquisição de conhecimentos e virtudes.
Antes da concepção biológica – momento em que o óvulo (célula reprodutora feminina) é fecundado pelo espermatozóide (célula reprodutora masculina) -, o Espírito reencarnante estabelece ligações fluídicas com os futuros genitores, em especial com sua mãe, por meio de “[...] um laço fluídico, que mais não é que uma extensão do seu perispírito [...]”. À medida que essa ligação se intensifica, diminuem os pontos de contato do Espírito com o plano espiritual, condição necessária às modificações plásticas que ocorrerão no perispírito, principalmente as de redução.
A resposta transmitida pelos Espíritos superiores à questão 344 de O livro dos Espíritos – “Em que momento a alma se une ao corpo?” – especifica o exato momento em que começa a união do espírito à matéria, no processo reencarnatório:
A união começa na concepção, mas só é completa pela ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. [...]
André Luiz informa que a partir daí, da concepção, acelera-se o processo de redução perispiritual e de liberação de elementos absorvidos pelo espírito no plano espiritual.
Nesta situação, o perispírito do reencarnante é amplamente magnetizado por espíritos especialistas, denominados “construtores”, e por outros benfeitores, os quais, simultaneamente, induzem o futuro reencarnado a criar imagens mentais relativas à organização fetal e a vida no ventre materno. Este tipo de visualização ideoplástica fornece o trabalho de redução perispiritual, organização e desenvolvimento embrionário-fetal.
Durante a concepção – caracterizada pela função dos núcleos das duas células reprodutoras -, forma-se uma célula diferenciada denominada zigoto ou ovo fertilizado, que irá se desenvolver até o estágio de embrião e feto, respectivamente, no espaço de tempo conhecido como período de gestação. A despeito do afluxo de inúmeros espermatozóides posicionados ao redor do óvulo, apenas um irá fecundá-lo.
O sexo do ser em vias de formação é definido neste momento. No período de 24 e 48 horas surge, então, o embrião, propriamente chamado blastocisto, em razão da sucessiva divisão e diferenciação celular ocorrida no zigoto. Imediatamente após a fecundação, antes do início da divisão celular, o zigoto é envolvido por uma coroa protetora de células, que fornece os elementos nutritivos necessários ao seu desenvolvimento: íons minerálicos, proteínas e aporte de oxigênio, entre outros.
O processo de fecundação, estruturação do zigoto e do blastócito acontece em uma das trompas de Falópio, estrutura biológica situada entre o ovário e o útero. O blastocisto presente na trompa possui células-tronco totipotentes, capazes de originar os 216 tecidos existentes no corpo humano, a placenta e os anexos embrionários. A utilização de tais células para fins de pesquisa cientifica, tato as totipotentes quando as pluripotentes, provoca morte do embrião, daí ser considerada prática abortiva pelo Espiritismo.
As leis da hereditariedade biológica são definidas durante a fecundação. Funcionam com admirável precisão, uma vez que estão submetidas aos critérios do automatismo biológico, firmemente estabelecido nas sucessivas passagens do princípio inteligente pelos reinos inferiores da Natureza. A reação em cadeia, iniciada na fecundação do óvulo e concretizada na formação de um novo corpo físico, é desencadeada pela ação mental do Espírito reencarnante, com o auxílio especifico da genitora e dos Espíritos construtores.
Esclarece André Luiz:

[...] A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem a leis físicas naturais, qual o ocorre a organização de formas em outros reinos da Natureza, mas, em todos esses fenômenos, os ascendentes de cooperação espiritual coexistem com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate.

As ligações espirituais dos filhos com os pais, entretanto, são de outra ordem, têm como base os princípios que envolvem a organização da parentela espiritual.
Devemos considerar que todas essas informações refletem mecanismos biológicos e espirituais simples, ainda que revelem a beleza e a sabedoria da criação divina. Trata-se de processos reencarnatórios comuns, corriqueiros, destinados a Espíritos de mediana evolução, cujos detalhamentos estão exemplarmente ilustrados na reencarnação de Segismundo, relatada na obra Missionários da Luz, de André Luiz, psicografada de Francisco Cândido Xavier.
Importa destacar, também, que o Espírito que já atingiu certo patamar evolutivo torna-se merecedor de benefícios espirituais avançados, quando do seu retorno ao plano físico. Não se trata de regalias, aleatoriamente concedidas, mas de méritos conquistados pelo Espírito no seu esforço de ascensão. Dessa forma, as leis biológicas, em geral, e a herança genética, em especial, são maleáveis à ação de Entidades esclarecidas, que analisam cuidadosamente os fins e os objetivos da reencarnação desses Espíritos. Eis o que André Luiz transmite a respeito da lei de hereditariedade fisiológica:

- Funciona com inalienável domínio sobre todos os seres em evolução, mas sofre, naturalmente, a influência de todos aqueles que alcançaram qualidades superiores ao ambiente geral. Além do mais, quando o interessado em experiências novas no plano da Crosta é merecedor de serviços “intercessórios”, as forças mais elevadas podem imprimir certas modificações à matéria, desde as atividades embrionárias, determinando alterações favoráveis ao trabalho de redenção.

Nessas condições, “os Espíritos categoricamente superiores, quase sempre, em ligação sutil com a mente materna que lhes oferta guarida, podem plasmar por si mesmos e, não raro, com a colaboração de instrutores da Vida Maior, o corpo em que continuarão as futuras experiências, interferindo nas essências cromossômicas, com vistas às tarefas que lhes cabem desempenhar”.
Durante a gravidez, mãe e filho devem ser envolvidos em clima de afeto e de segurança, pois os laços que prendem o reencarnante ao corpo “[...] são ainda muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do Espírito, se este recua diante da prova que escolheu. [...]”. Neste sentido, a Casa Espírita pode, e deve, colaborar com os Orientadores da Vida Maior, disponibilizando à gestante e ao reencarnante assistência espiritual, com as benéficas vibrações da prece e do passe.

(Fonte: Matéria da revista de Espiritismo Cristão Reformador – maio de 2008 – n 2.150, por Marta Antunes Moura, p.26).

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Pensamento do Dia:
“A verdadeira natureza do ser humano é espiritual, de onde provém e para onde se destina.”

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